19
Mai 13

o período mais esgotante

 

fase final da escola, tanto para a criança com PHDA como para pais e professores, esta é sem dúvida uma das piores etapas do ano

 

Este ano, pela primeira vez, tenho os meus dois rapazes na escola - o Quico, agora no primeiro ano, com PHDA e o Rafa no sexto, em que para além da PHDA de tipo impulsivo, se conjugam várias patologias numa espécie de caldeirão de grande complexidade

 

Se já não era fácil controlar os efeitos da hiperatividade do mais velho, sobretudo em épocas de stress, como testes e prazos de entrega de TPC para avalição, agora, com o mais novo há que somar tudo por dois e multiplicar por uma grande dor de cabeça e um esgotante frenesim que ultrapassa em muito o razoável.

 

Infelizmente, parece que esta instabilidade social veio para ficar e grande parte do que fazemos diariamente, é influenciada por uma onda de nervoso comunitário - toda a gente parece andar com a vida em sobressalto, fazem-se dramas com as coisas mais insignificantes, às coisas realmente importantes dá-se pouco valor.  E os miúdos, claro, são das primeiras vítimas, quer porque absorvem tudo o que se passa à sua volta, quer porque «levam» com os erros dos adultos, quer porque aprendem pelo exemplo - logo fazem o mesmo tipo de asneiras, cada vez mais cedo....

É triste assitir a algumas cenas que se passam com os miúdos nas escolas. Atualmente, espetadora priveligiada, numa comunidade escolar com mais de mil alunos, teria muito que contar. Professores em stress constante, alunos com várias dificuldades e pouco apoio, funcionários cada vez menos motivados e com cada vez menos paciência, pais sem respeito e sem se fazerem respeitar...enfim! um ambiente nada favorável para crianças que só conseguem ter algum equilibrio se as bases forem sólidas. E cada vez encontro menos bases nas escolas atuais. Aliás na sociedade atual.

 

Numa semana, o Rafa trouxe mais quatro recados e já não tem espaço na caderneta para mais (dois já vieram escritos no caderno), esgotou o número de faltas de material a EF e fez um teste para o qual estudou - zero...porque não vê vantagem nisso.

O Quico conseguiu ser expulso das duas AEC que frequenta - o inglês e a educação física, simplesmente porque os professores não o conseguem controlar. A professora titular voltou a falar comigo mas insiste que o problema dele é o comportamento, pois quando está atento ele consegue fazer progressos - na opinião dela, ele deveria estar mais atento e isso depende da vontade dele. Por isso pediu-me autorização para ser acompanhado em apoio psicológico, para além do apoio com a professora do ensino especial. Ou seja, embora reconheça não ter capacidade para lidar com ele sozinha, a professora continua a entender a PHDA como algo possível de mudar com força psicológica...mas pronto! como ainda faltam muitas batalhas, não vou já dar-me por vencida nesta guerra...

 

A próxima semana traz dois importantes testes para o mais velho, coisa que para ele ainda vem muito longe...disciplinas que obrigam a muito método e estudo organizado, o que, como bem sei significam momentos de alta tensão cá por casa. O Quico também anda mais eletrico, com episódios de autêntica turbulência, difíceis de aguentar sem os nervos saltarem....

 

ora, assim sendo resta-me o quê? pois parece que me resta apenas «segurar» as pontas e alvitrar que lá para os meus cinquenta a coisa ande mais sossegada...se eu chegar aos cinquenta, claro!

 

 

publicado por energia-a-mais às 22:54 | comentar | favorito
21
Abr 09

As crianças tecnológicas

Actualmente todos sabem mexer num comando de T.V., tratam por tu os computadores, escolhem os modelos de telemóvel como quem escolha a côr da camisola...

as crianças vivem lado a lado com a tecnologia e já não sabem viver sem ela! Bom ou mau? Incentivar desde cedo ou apostar no desenvolvimento natural?

E a criança hiperactiva, tem ou não uma maior capacidade de «absorver» o tecnológico?

 

Vamos responder a estas (e outras) questões e queremos opiniões várias   é só deixar comentário

publicado por energia-a-mais às 23:34 | comentar | ver comentários (1) | favorito
28
Mar 09

...

 

Autonomia da criança
 
 
A autonomia da criança
 
A autonomia é uma necessidade emocional e social que surge na primeira infância (entre os 2 e os 3 anos) e que funciona como base para uma efectiva comunicação com o mundo e para a criação de um sentimento de segurança e auto-confiança .
A construção da autonomia tem por base a criança tornar-se progressivamente capaz de tomar decisões por ela mesma, considerando quais os factores relevantes para decidir qual o melhor caminho para a acção.
Vários estudos apontam para que por volta dos 2 anos as crianças começam a sentir uma maior independência, atrevem-se a fazer coisas e a desenvolver as suas capacidades. É altura de explorar o mundo e o seu corpo (querem caminhar sozinhas, comer sozinhas...). A partir daqui os pais e educadores devem aproveitar para estimular e incentivar esta necessidade de autonomia.
Na construção da autonomia, o principal e difícil papel dos pais é promover o grau certo de autonomia à criança. Com alguma frequência os pais adoptam uma de duas posturas que podem comprometer o correcto desenvolvimento desta capacidade: por um lado, se exigirem demasiada autonomia, a criança poderá sentir que não consegue corresponder às expectativas dos pais e sua auto-estima vai diminuir; por outro lado, se a autonomia não é estimulada, a criança pode ficar com a sensação de abandono e de dúvida sobre suas capacidades. Se a criança é demasiado amparada e/ou protegida, ela vai tornar-se frágil, insegura e envergonhada. Se exigirem demasiado da criança, ela poderá tornar-se descrente das suas capacidades. Assim, os pais têm que tentar dar à criança a sensação de autonomia e, ao mesmo tempo, estar sempre por perto, prontos a auxiliá-la nos momentos em que a tarefa estiver além de suas capacidades, e explicar de forma assertiva quando não estão a cumprir as regras.
É comum nas crianças hiperactivas existir uma maior dificuldade na interiorização e cumprimento de regras e padrões, o que, consequentemente, dificulta a construção de um sentido de autonomia. Nesta situação concreta, a actuação dos pais e educadores torna-se ainda mais difícil, uma vez que terão de encontrar o equilíbrio entre uma rotina e regras rígidas e a promoção da autonomia.
O processo de promoção da autonomia nas crianças hiperactivas é semelhante ao das crianças sem este diagnóstico, sendo apenas necessário ter em consideração alguns factores específicos inerentes a esta perturbação. Assim, comece por “exigir” que a sua criança comece por fazer sozinha pequenas tarefas com a sua supervisão, explicando-lhe os pequenos passos que precisa percorrer até poder dar por terminada a tarefa. Mostre como se faz, utilize cartazes com a explicação dos passos que tem de seguir, transformem a tarefa numa actividade lúdica, num jogo, em que a cada avanço corresponda uma pontuação. Incentivem sempre, mesmo quando o resultado final não é o esperado... E nunca se esqueçam: é necessário uma grande dose de paciência e criatividade!...
 
Patrícia Moreira
Vanessa Queirós
publicado por energia-a-mais às 23:45 | comentar | favorito
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11
Mar 09

A autonomia da criança

 

pode deixar desde já as suas questões

Obrigada!

publicado por energia-a-mais às 12:49 | comentar | ver comentários (3) | favorito
tags:
10
Mar 09

BEM VINDOS!

Este blog vai servir para tratar vários temas relacionados com psicologia infantil, tendo como base a hiperactividade!

Pretendemos acima de tudo ajudar pais e educadores em geral a tirar algumas dúvidas que possam ter, nomeadamente a nível de características, diagnósticos, tratamentos e dicas possíveis para melhor lidar com as consequências da hiperactividade.

Os temas tratados serão sempre apresentados aqui: www.energia-a-mais.blogs.sapo.pt e serão sujeitos á avaliação e resposta das psicólogas Patrícia e Vanessa

 

Deixe pois ficar o seu comentário, colocando a sua questão! Ela será prontamente tratada

 

publicado por energia-a-mais às 23:37 | comentar | ver comentários (2) | favorito